Hélena Tavares de Miranda Berdaki*, Lays Alves Bertold*, Thalita Almeida Lemos^*, Andressa Perin Martins^**

 ^*Discentes do curso Superior de Tecnologia Estética e Cosmética. Centro Universitário – UNIOPET

^**Docente do curso Superior de Tecnologia Estética e Cosmética. Centro Universitário – UNIOPET. Mestre em Fisiologia – Universidade Federal do Paraná.

Autor Correspondente: aperinmartins@gmail.com

RESUMO

A adolescência é vista como um período crítico da vida, em que existem muitas preocupações, onde a principal delas é a aparência física. Por se tratar de uma época repleta de novas sensações e transformações corporais, é essencial que o adolescente compreenda a situação em que está passando. Este trabalho, trata-se de um manual prático para adolescentes, com o objetivo de fazê-los entender as afecções desta fase, bem como atenuar os sintomas de forma pratica, com produtos e alimentos de fácil acesso. Não se pode eliminar as alterações fisiológicas causadas pela puberdade, porém é possível amenizá-las com os cuidados apropriados.

INTRODUÇÃO

Atualmente, vivemos em um mundo onde a mídia e as redes sociais têm uma ampla e diversificada influência nos padrões de beleza e modo de se viver em busca do corpo ideal.³⁷

E a vida é cheia de mudanças e transformações. Desde o primeiro dente que nasce até uma realização profissional. Estamos em constante movimento e necessitamos compreender cada etapa vivida. Um exemplo importante e difícil é a transição que o adolescente passa entre a infância e a vida adulta que chamamos de puberdade, o processo pelo qual ocorrem intensas mudanças.

A idade cronológica não é um confiável apontador para a análise da adolescência, é normal, diferenciados grupos etários estarem na mesma fase de desenvolvimento. Por isso, é preciso dispor de parâmetros de maturação fisiológica, para orientação do andamento da puberdade.³²

Segundo a Organização Mundial da saúde – OMS (1965), a adolescência é definida como a segunda década da vida e compreende a idade dos 10 aos 20 anos. Essa mesma conclusão foi feita pelo Ministério da Saúde do Brasil (Brasil 2007a) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2007b). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 2007c) acredita que a adolescência é dos 12 aos 18 anos.

A adolescência é vista como um período crítico da vida, em que existem muitas preocupações, onde a principal delas é a aparência física. Por se tratar de uma época repleta de novas sensações e transformações corporais, é essencial que o adolescente compreenda a situação em que está passando. A presença de modificações inestéticas pode induzir de forma negativa na construção da autoimagem. É uma época de muitas transições que provoca mudanças físicas e emocionais que na maioria das vezes são tão rápidas e tão demasiadas que se tornam difíceis de serem assimiladas pelos jovens.^7-45

A puberdade é o período em que o organismo adquire a capacidade de reprodução, maturação sexual, ou seja, fertilidade em ambos os sexos. O indivíduo começa a ter mudanças físicas, ganhando peso, altura e proporção corporal rapidamente. Essas mudanças físicas são complexas e difíceis, fazem parte de um grande processo de maturação que se inicia antes mesmo de nascer e continua a se ramificar por meio psicológico e hormonal até a vida adulta.⁴³

É no decorrer da adolescência que se tem os melhores índices de saúde. Tudo o que se faz em vantagem nesta fase de desenvolvimento humano, volta como benefício para a saúde futura. Contudo, as agressões a saúde nessa fase certamente afetarão de forma significativa o organismo. A forma de vida escolhida nessa fase será consequência da qualidade de vida futura.²⁴

Ao se deparar com um corpo diferente do acostumado na infância, o adolescente estranha, não assimilando muitas vezes essa mudança, isso pode afetar o seu emocional e consequentemente a sua vida social.

Pensando nisso, ter um manual que seja especifico e prático para que os adolescentes saibam cuidar de forma correta os problemas enfrentados naquele período da sua vida. Acesso a informações corretas facilita e evita que problemas da puberdade influenciem na sua vida adulta. Os cuidados diários com a pele atenuam as disfunções apresentadas nesse processo.

Neste manual informativo, serão descritas as principais alterações no corpo do adolescente e formas de prevenção. Cuidados práticos e diários que se tornando hábito em sua rotina, farão com que passem por esse período tão confuso de forma mais tranquila e aceitável.

A falta de informação adequada é o que dificulta os cuidados gerando a piora das afecções. Por conta disso os adolescentes merecem atenção específica e redobrada, visto que essas modificações poderão influenciar de forma significativa na fase adulta.⁴²

ACNE

Acne se trata de uma doença crônica inflamatória do folículo pilossebáceo, causada pelo aumento da produção de sebo, hiperqueratinização do folículo e proliferação de bactériascomo a colonização por Propionibacterium acnes. Grande parte da população acometida pela acne são adolescentes em sua fase puberal.³⁴

Quatro fatores estão diretamente relacionados à patologia da acne: a produção excessiva de sebo na glândula, causada pela estimulação dos hormônios de crescimento, os andrógenos, resultando no segundo fator, a hiperqueratinização do folículo, influenciada também pelo consumo excessivo de carboidrato com alto índice glicêmico.¹⁵

Como terceiro fator, a colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes, o qual se acumula no sebo depositado no folículo e produz ácidos gordos irritantes ocasionado o quarto e último principal fator, a inflamação que após uma ruptura da parede folicular, extravasa para a derme resultando num processo inflamatório e infeccioso.^38-48-52

As áreas mais atingidas pela acne são áreas de maior presença de folículos pilossebáceos, como rosto, dorso e tórax.⁸

É identificada inicialmente pelo aparecimento de comedões (cravos) e em uma fase mais avançada, por pápulas, pústulas, nódulos e posteriormente cicatrizes. Esses conjuntos de lesões que definem sua graduação e também é dividida em inflamatória e não-inflamatória.¹³

Figura 1: Principais tipos de Acne

A acne não-inflamatória encontra-se dentro da definição de acne grau I, com presença apenas de comedões (cravos), sendo eles abertos e/ou fechados (pretos ou brancos). A acne inflamatória está presente das definições de acne grau II tem presença de comedões, pápulas e pústulas. Acne grau III tem presença de comedões, pápulas, pústula e nódulos repletos de pus. Acne grau IV possui todas as outras afecções, porém em mais quantidade e tem formação de abcessos e fístulas. Acne de grau V, acomete com mais frequência pessoas do sexo masculino, promove um aumento excessivo da produção de leucócitos, causa febre, inflamação das articulações e pode ser fatal, chamada de acne fulminans.

 ALIMENTAÇÃO E ACNE

Cuidados com a alimentação podem auxiliar numa melhora no tratamento e prevenção da acne.

Todo alimento contendo carboidrato possui um índice glicêmico (IC) o qual determina a velocidade com que este carboidrato libera açúcar no sangue. Este índice é classificado em baixo, moderado e alto. Esse carboidrato de alto índice glicêmico rapidamente se transforma em glicose no sangue e, caso essa energia não seja utilizada no momento, e fica estocado em forma de gordura.^5-39

Carboidratos com alto índice glicêmico devem ser evitados, principalmente na adolescência por conta da pré-disposição, pois possuem influencia sob a produção exacerbada de sebo. Essa produção excessiva é influenciada pelo estímulo da síntese de andrógenos que, por sua vez, é causada pela grande quantidade de hormônio insulina liberada após a ingestão de alimentos de alto índice glicêmico. Esta ingestão exacerbada propicia o aparecimento da acne devido hipertrofia do folículo pilossebáceo e a hiperqueratinização.^14-20-39

Na tabela a seguir, estão citados alimentos que devem ser evitados por se tratar de alimentos que causam propensão ao surgimento e aumento da acne.

Tabela 1: Alimentos de alto índice glicêmico.

Uma dieta com ingestão de alimento de baixo índice glicêmico, diminui os estoques de gorduras causados pelo excesso de açúcar no sangue e, por consequência, também diminui a produção de sebo pelo baixo estímulo dos andrógenos, bem como reduz a taxa de hiperqueratinização folicular que é um dos fatores que auxilia obstrução dos poros e, portanto, propiciando a formação de comedões (cravos).⁵⁰ Na tabela a seguir, estão citados alimentos que contem carboidratos, porém com um baixo índice glicêmico e podem ser inseridos na dieta de adolescentes no tratamento da acne, como uma opção mais saudável.

Tabela 2: Alimentos de baixo índice glicêmico.

Carboidratos de baixo índice glicêmico liberam açúcar no sangue de forma mais lenta fazendo com que a gordura não seja armazenada de uma só vez, pois, desse modo, há mais tempo para gastar essa energia fornecida pelo alimento.³⁹

Apesar do leite estar entre os alimentos de baixo índice glicêmico, ele é uma exceção pois o próprio leite, e seus derivados, podem agravar ou propiciar o surgimento da acne.¹

A vitamina A tem um papel fundamental na manutenção e crescimento da pele. Atua também no sistema imunológico propiciando uma melhora na resistência de infecções. A deficiência desta vitamina está associada a alterações cutâneas e pele seca.⁴⁰

A vitamina B2 tem auxilio direto sobre à acne e dermatites. Sua deficiência pode provocar rachadura nos lábios e dermatite seborreica.⁴⁰

A piridoxina, conhecida também como vitamina B6, atua sobre o estresse, o qual é um dos fatores desencadeantes da acne. Sua deficiência é mais presente em mulheres, por conta da síndrome da tensão pré-menstrual, o que pode ser por deficiência de vitamina B6 e mais nutrientes responsáveis pela metabolização dos hormônios.

A vitamina E possui um importante papel no metabolismo celular, assim como é um fator essencial na proteção e desintoxicação dos tecidos. Atua contra o efeito da tensão pré-menstrual, o que causa estresse, contra a efeitos da poluição na pele e organismos e consequentemente no aparecimento da acne reduzindo seu nível de infecção.²⁷

O zinco também auxilia, de forma sistêmica, na cicatrização, metabolismo e estabilização da insulina. Níveis baixos de zinco podem estar associados à acne, psoríase, estrias e estresse.⁵³
O Omêga 3, associado ao zinco, possui um efeito anti-inflamatório significativo sobre o processo da acne, o que reduz o tempo de tratamento.²¹

Tabela 3: Fonte de vitaminas essências ao tratamento da acne.

Fonte: Adaptado de Moura, 2009.

RECEITAS 

Podemos substituir, de maneira prática, alguns alimentos que propiciariam o aparecimento da acne por alimentos de baixo índice glicêmico que irão auxiliar no tratamento e prevenção desta afecção.

            Abobrinha

• Lasanha de abobrinha: apenas substituir a massa da lasanha por abobrinha cortada em fatias finas;
• Spaghetti de abobrinha: o macarrão é substituído por abobrinha cortada em formato de espaguete.

Amendoim

• Bolo de amendoim: 2 xícaras de amendoim sem sal triturado, 5 ovos inteiros, 5 colheres de sopa de açúcar de coco (podendo ser substituído por açúcar mascavo ou açúcar light), 2 colheres de sopa de leite vegetal (amêndoas ou coco), 1 colher de sopa de fermento. Misturar todos os ingredientes em um recipiente, deixando o fermento por último, despejar em uma forma untada e levar ao forno médio pré-aquecido por aproximadamente 25 minutos ou até dourar.

Berinjela

• Chips de berinjela: Cortar a berinjela em rodelas finas e adicionar sal e pimenta a gosto, levar ao forno em 200ºC por aproximadamente 20 minutos.
• Discos de berinjela: Cortar a berinjela em rodelas não muito finas e levar ao forno com um pouco de azeite até ficarem com um aspecto mais mole e marrom, em seguida adicione uma fatia de tomate e queijo, por cima adicione um pouco de orégano e volte ao forno até dourar.

Cenoura

• Muffin de cenoura: 1 cenoura grande cortada em rodelas, 2 ovos inteiros, 1 colher de sopa de margarina sem sal, 1 xícara de chá de leite, 1/3 de tablete de caldo de legumes, 1 xícara de chá de farinha de trigo, ½ xícara de chá de farinha de trigo integral, 2 colheres sopa de açúcar, 1 colher de sopa de fermento em pó, 50 gramas de queijo. Em um liquidificador bata as cenouras, ovos, margarina, leite e o caldo de legumes até ficar homogêneo. Passar para uma vasilha e adicionar as farinhas, o açúcar e o fermento em pó. Por último adicionar o queijo e distribuir a massa em forminhas de empada untadas. Levar ao forno pré-aquecido a 200ºC por cerca de 20 minutos.

Maçã

• Panquecas de aveia com maçã: 3 colheres de sopa de aveia, 5 colheres de sopa de leite, 1 ovo, 1 maçã picada sem casca, 1 colher de açúcar e canela a gosto. Bata todos os ingredientes no liquidificador até formar uma massa homogênea e um pouco grossa, em seguida unte uma frigideira com manteiga sem sal e vá despejando aos poucos, com auxílio de uma colher, a massa na frigideira, refazendo a aplicação da manteiga quando necessário.

CUIDADOS COM A PELE PARA A PREVENÇÃO DA ACNE

Na maioria dos casos os métodos de tratamento para a acne são designados de acordo com o seu grau de agressão. No entanto, podemos segmentar o tratamento da acne em: profilático (cuidados higiênicos e alimentares), medicamentoso (uso de anti-inflamatórios, antibióticos, cosméticos etc.), cirúrgico, terapêutico (limpeza de pele, luz pulsada e etc.) e alternativo (acupuntura, fitoterapia e etc).³

O hábito de cuidados diários traz significativas melhorias para controlar a acne na adolescência. Para o começo de qualquer tratamento, é indispensável controlar a oleosidade, no entanto, não se deve eliminar o óleo completamente, suas propriedades são importantes e asseguram a proteção do estrato córneo, equilibrando a flora bacteriana e ainda a combinação com o óleo que vem das glândulas sebáceas ao suor, estabelecem uma lubrificação natural que é importante para a proteção da pele.⁴²

A maioria das pessoas que tem peles com tendência a acne, apresentam comportamentos inadequados como lavar o rosto em excesso, utilizar água quente e muitas vezes usam alternativas caseiras comprometendo assim o equilíbrio do pH do rosto.

Lavar o rosto repetidamente no decorrer do dia, provocará o efeito rebote, retirando excessivamente o manto hidrolipídico, a pele entenderá que é essencial produzir mais sebo e o efeito será justamente o contrário do esperado. No que diz respeito a água quente, vai gerar mais oleosidade. Outro costume comum é utilizar sabonetes corporais na face, que não são compatíveis com o pH do rosto, aumentando assim os riscos de irritabilidade facial.⁴⁶

Para um tratamento ser eficaz, é preciso conhecer a função de cada produto que está sendo usado e saber como ele vai agir na pele. Há três passos básicos dos cuidados que devem ser hábito: higienização, esfoliação e hidratação.⁴⁹

O primeiro passo é a higienização. Os sabonetes devem agir na superfície da pele para retirar os produtos por arraste, por meio de soluções que solubilizam os elementos aderidos, levando impurezas de origem externa, sem agredir, desengordurar excessivamente e alterar o pH da pele. Os sabonetes de limpeza precisam ter as propriedade de remover sujeiras menos agressivo para a pele do rosto. Em sua composição, deve-se evitar os óleos minerais de ação comedogênica (que formam comedões – cravos).²⁶

É possível encontrar diversas alternativas de higienizantes. Os principais encontrados facilmente são os em barra, em gel, os líquidos, os cremosos, e os em mousses. Na hora da escolha, saber qual o sabonete ideal para o seu tipo de pele faz toda a diferença no resultado do tratamento.⁴
Para saber escolher o sabonete ideal para o seu tipo de pele, é importante saber diferenciar os agentes de limpeza, sua principal indicação e sua ação terapêutica.

Tabela 4: Tipos de Higienizantes.

Fonte: Matos, 2014

O segundo passo é a esfoliação. A pele do rosto fica frequentemente exposta aos poluentes e camadas de células mortas se acumulam na superfície cutânea. Por conta disso, a pele fica com uma aparência opaca e sem vitalidade. A esfoliação é a parte do tratamento que auxilia na renovação da pele, remove células mortas e as sujidades absorvidas no dia-a-dia. A remoção desta camada libera os poros e melhora a respiração da pele, permitindo de forma mais eficaz a absorção dos produtos que serão utilizados seguidamente.¹²

São inúmeros os benefícios de esfoliar a pele: melhora a textura, melhora a circulação sanguínea, remove células mortas expelidas pelo organismo, desobstrui os poros facilitando a permeação de ativos, estimula a renovação celular e evita a oleosidade excessiva.

Outro passo importante e que geralmente não é um hábito para pessoas com pele acneica, é a hidratação. Geralmente, pessoas que apresentam excesso de oleosidade na pele acabam deixando de usar produtos com finalidade hidratante. Porém, para que nossa pele esteja num quadro apropriado de funcionamento, dois processos básicos operam em conjunto, a limpeza e hidratação facial. A hidratação tem um papel fundamental de manter água na epiderme e manter a barreira dessa camada em perfeito estado.

SILVA, diz que existe três passos que devem ser hábito nos cuidados com a pele, higienizar, esfoliar e hidratar. Entretanto, existe mais dois produtos que são importantes para os cuidados da pele, principalmente as acneicas, tônico e filtro solar.

O tônico além desobstruir e reduzir os poros, equilibra o pH da pele e tem efeito seborregulador (evita a produção exacerbada de sebo, um dos causadores da acne).⁴⁵

O filtro solar deve ser considera a parte mais importante do tratamento, porém, geralmente é ignorado pelas pessoas que possuem pele acneica. As pessoas com predisposição a acne possuem a pele oleosa e deixam de usar o protetor solar por acharem que o produto vai piorar o seu grau de afecção.

Nos dias de hoje, frequentemente novos produtos são desenvolvidos planejando aumentar a proteção solar e atender às expectativas do consumidor.⁵¹

Existem marcas que se empenharam em criar protetores solares que atendessem a essa necessidade de controlar o excesso de sebo depositado sob algumas áreas do rosto e ao mesmo tempo proteger a pele dos raios UV. Os protetores específicos para peles oleosas e acneicas geralmente são de toque seco, gel-cremes e com tecnologias específicas contra oleosidade.

Um detalhe muito importante em relação ao filtro solar é o seu FPS. O fator de proteção solar indica o tempo a mais que a pele fica protegida. Peles acneicas tem pré-disposição a hiperpigmentação pós-inflamatória e por conta disso é importante o uso do filtro com o FPS 30 ou maior para que a pele fique protegida tempo suficiente. O uso continuo do filtro solar, além de proteger a pele contra as radiações ultravioletas que são cancerígenas, evita as chances de manchas na pele causada pela acne.

Tabela 5: Produtos para cuidados com a pele acneica.

ATROFIA LINEAR CUTÂNEA: ESTRIA

Por vários motivos há o aparecimento das estrias e um deles é o crescimento acelerado no período da puberdade.

A estria acomete ambos os sexos, mas é no sexo feminino que prevalece com maior intensidade (60%) se comparado ao sexo masculino (40%).⁴⁷

Umas das marcas da adolescência é a insatisfação que os adolescentes sentem em relação ao corpo, essa insatisfação pode induzi-los ao anonimato. Sentem vergonha e evitam usar roupas que marquem ou exponham a região de incomodo e evitam ir em determinados locais onde tenha um número maior de pessoas. Essas reações comportamentais influenciam nas relações sócias e no desenvolvimento psicológico nessa época.¹⁹

Para compreender melhor sobre o surgimento das estrias, antes é preciso conhecer a pele e suas camadas.

Considerado um órgão flexível e com alto poder regenerativo a pele contribuí para o bom funcionamento do corpo. Fazendo uma barreira protetora, moldando e envolvendo todo o corpo. As suas funções é proteger órgãos internos, impedir a entrada de substâncias e agentes estranhos e é um dos principais contribuintes do controle de temperatura do corpo e pressão sanguínea, mantêm a homeostase interna e não permite a perda de água do nosso organismo.²⁸

Formado por três camadas sobrepostas, a pele é considerada o maior órgão do corpo humano. Primeira camada chamada de epiderme, segunda derme e terceira hipoderme. Além de suas atividades citadas no parágrafo acima, temos também outras atividades realizadas por este tão complexo sistema: proteção, respiração, pigmentação, nutrição, defesa e absorção.

Atrofia linear cutânea, ou também conhecida como estria é o rompimento e diminuição do colágeno e elastina que se encontram na segunda camada da pele, nominada derme.²⁵

Umas das características apresentadas pela estria é sua bilateralidade, ou seja, aparecem simetricamente em ambos os lados. Lineares e perpendiculares acompanham a linha de clivagem da pele.⁴¹

Essa afecção corporal nos traz duas fases, no seu início não temos uma depressão tão relevante assumem uma cor rosada e chamamos esse primeiro aparecimento de estrias rubras.  A sua cor vem de uma resposta inflamatória dada por nosso organismo devido a vaso dilatação que ocorre. Com o passar do tempo, as estrias se tornam albas, ou seja, com cor mais clara pela diminuição da vascularização da região acometida.²⁸

Com o passar do tempo essa afecção toma uma proporção maior, trazendo uma depressão significativa, com aspecto enrugado e passando de rosada (rubra) para pálida ou translúcida.⁶

O que é preciso compreender sobre o surgimento dessa afecção é que a mesma é completamente natural, dado as alterações fisiológicas acometidas no período da puberdade.¹⁶

Existe quatro teorias que tenta justificar a existência das estrias. A teoria mecânica, teoria endocrinológica, teoria infecciosa e teoria hereditária.

Teoria endocrinológica: É uma das mais aceitas, pois afirma que um hormônio esteróide, endógeno ou exógeno está presente de forma produtiva em todo o desenvolvimento das estrias.²⁵ Isso ocorre por causa das mudanças hormonais, principalmente os hormônios corticóides, que surgem na adolescência. Por esse motivo é explicado a ausência de estrias em crianças de até nove anos, independentemente de serem obesas, já que a produção deste hormônio, tem o seu início na puberdade.^25-31

Teoria hereditária por receptores hormonais: Essa teoria afirma que no surgimento das estrias, há um aumento de receptores hormonais, sendo eles: receptor do estrogênio (ER), andrógeno (AR) e dos glicocorticóides (GR). Quando temos esse aumento de receptores fazemos com que nosso organismo responda muito mais a esses estímulos, causando lesões na pele e formando consequentemente as estrias.

Teoria mecânica: Umas das mais conhecidas, pois relata que o crescimento acelerado da pele, é o causador das estrias. O adolescente passa por esse fenômeno na puberdade, um crescimento rápido e repentino.⁴⁷

Teoria infecciosa: Fala que infecções no nosso organismo afetam as fibras elásticas, promovendo o aparecimento das estrias. Essa teoria é a menos aceita já que vários especialistas conseguem comprovar que o surgimento das estrias é consequência do uso de corticóides para o tratamento dessas infecções.^25-31

Em geral, as estrias são encontradas em meninos e meninas na adolescência, independente do seu peso. Encontramos a maior incidência em meninas, uma vez que, o corpo da mulher tem mais curvas acentuadas, como alargamento dos quadris e crescimento dos seios, modificando as dimensões físicas do corpo feminino. A estria demonstra ter uma ligação com a atividade de esteróides, já que, nesse período, são reconhecidos sintomas claros de alterações no nível de hormônios sexuais, que são normais na puberdade.²⁵

A maior dúvida era que, estrias só poderiam despontar em adolescentes obesos, o que não é verdade, pois magros também sofrem desse transtorno.

As estrias são encontradas tanto em meninas como meninos na adolescência, devido ao crescimento acelerado que ocorre no período da puberdade. É importante salientar que as estrias aparecem mais no sexo feminino, dado as curvas do seu corpo e manifestação hormonal. As áreas mais afetadas são: Mamas, coxas, glúteos e pernas, podendo também afetar também abdome, axila e braços.

As estrias em sua fase inicial são denominadas rubras, há um processo inflamatório ativo. Já na fase seguinte, onde o processo de formação está praticamente estabelecido, as lesões tornam-se esbranquiçadas, sendo denominadas nessa fase de estria Alba.⁶

Figura 2: Principais áreas afetadas pelas estrias.

CUIDADOS COM A PELE PARA PREVENÇÃO DA ESTRIA

A hidratação da pele é um fator muito importante de prevenção, já que uma das maiores causas das estrias é a ausência da mesma. Dessa forma amenizamos o seu surgimento e força.

Essa hidratação deve ser feita na ingestão de água e também com o uso de cremes e géis, que devem conter em suas formulações substâncias como colágeno e elastina que trazem a pele uma reposição estrutural. ²³

Óleos vegetais possuem maior afinidade com óleos essenciais, o que facilita sua permeação para um melhor tratamento. Os óleos vegetais são extraídos direto das plantas, como caule, semente e folhas, diferente do óleo mineral que é feito a partir do petróleo, por consequência, seu peso molecular é maior o que dificulta a permeação desse óleo na pele.⁹

No tratamento da estria, estes óleos agem de quatro maneiras: suavizando e aumentando a flexibilidade da pele, proporcionando uma hidratação maior, causando oclusividade, a qual possui uma capacidade de formar uma película ou filme sobre a pele o que diminuirá a perda de água e, por último, nutrindo esta pele, repondo ácidos graxos essenciais, os quais são importantes na manutenção da pele e que o organismo é incapaz de produzir.³⁶

Existem vários óleos essências que podem ser usados para hidratação da pele e consequentemente prevenir as estrias. Óleo de rosa mosqueta, amêndoas doce, óleo de semente de uva e pau-rosa são indicados para a prevenção na adolescência. Com seu alto poder de renovação celular o óleo de rosa mosqueta vem se destacando entre os óleos essenciais e está sendo um aliado muito requisitado na área da beleza. Possuindo em sua composição ativos nobres que causa a proliferação de células novas, fazendo com que essa renovação celular seja mais acelerada.⁴⁴

Tabela 6: Ativos para prevenção de estrias.

Com ritmo de vida acelerado, o ser humano cada vez mais apresenta fatores negativos em relação ao corpo, fadiga, stress, depressão entre outros. Uma boa alimentação, horas de sono, ingestão de líquidos e exercícios físicos estão cada vez mais distantes.²⁹

Pensando em compensar esses distúrbios surge no mercado universal os nutricosméticos, suplementos alimentares em forma de capsulas ou comprimidos que devem ser ingeridos. Traz em sua composição substancias que auxiliam o bom funcionamento das células preparando as para a exposição solar.³⁰ Os nutricosmeticos combatem os radicais livres, atuam na deficiência nutricional, possuem vitaminas e minerais; é preciso ressaltar o cuidado na ingestão dos mesmos, pois não substituem nutrientes de uma alimentação e também não anulam o uso de cosméticos tópicos, mas devem ser vistos como auxiliadores. Eles chegam na estética com a função de trazer a beleza de dentro para fora.³⁷

Tabela 7: Nutricosméticos.

CONCLUSÃO

A adolescência é um momento de descobertas em que o jovem experimenta e testa seus limites. É a época que amplia a visão do mundo e começa a questionar tudo o que foi aprendido.  Trata-se de um período de transição em que a criança se modifica física, mentalmente e emocionalmente, tornando-se um adulto.

Para muitos pais, é difícil saber lidar com essa fase dos seus filhos, com tantas contestações que surgem, principalmente relacionadas com as mudanças físicas.

A tarefa de educar, orientar e tirar dúvidas nesse período, se torna muito mais fácil quando se tem informações claras e objetivas do que acontece com praticamente todos os adolescentes.

Neste trabalho foram abordadas as alterações que acometem os adolescentes em sua fase puberal, as patologias que surgem nessa época e os principais cuidados com a pele e alimentação.

Esse manual teve como objetivo ajudar o jovem a passar por essa fase de uma forma mais aceitável.

Um manual criado não somente para o público jovem em sua fase de mudanças, mas para os pais entenderem de forma pratica o que realmente acontece com o corpo dos seus filhos e o mais importante, compreenderem que os cuidados básicos tornando-se rotina evita muitas frustações na fase adulta.

REFERÊNCIAS

1. ADEBAMOWO, C. A.; SPIEGELMAN, D.; BEREKEY, C. S.; DANBY, F. W.; ROCKETT, H. H.; COLDITZ, G. A. Milk consumption and acne in adolescentes girls.
2. AMARAL, C. N.; BENITES, J. C. W.; CORREA, P. M.; BERTOLDI, C. M. L. Tratamento de estrias: um levantamento teórico de microdermoabrasão e do peeling químico. 2007.
3. ARAUJO, Ana Paula Serra; DELGADO, Daniela Cardoso; MARÇAL, Regiane. Acne Diferentes Tipologias e formas de tratamento. Paraná. 2011.
4. ASSIS, Jefferson Assandre. Sabonete facial: não é tudo igual!. Mundo Estética. 2017.
5. AZEN, L. Nutrição aplicada à atividade física. Carbohydrates in Human Nutrition. 1998.
6. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Rio de Janeiro. 2004.
7. BASTOS, O. M.; DESLANDES, S. F. Adolescer com deficiência mental: a ótica dos pais. Rio de Janeiro. 2009.
8. BONETTO, Darci Vieira Silva. Acne na adolescência. Paraná. 2004.
9. BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M. C.; REZENDE, C. M. Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectiva. 2009.
10. BURTON, J. L. Dietary fatty acids and inflammatory skin disease.
11. Cordeiro Amanda; BENATTI, Sara; FRANÇA. Ana Júlia Von Borell Du Vernay. O benefício do uso de nutricosméticos em tratamentos estéticos associados ao uso de produtos cosméticos. 2010.
12. CAREGNATTO, Bianca Daniele; GARCIA, Giselle Albino; FRANÇA, Ana Júlia Von Borell Du Vernay. Estudo comparativo entre esfoliante químico e enzimático no processo de esfoliação facial. Balneário Camboriú. 2011.
13. CASTANHA, Fernanda; SANTIS, Simone Almeida. Acne na adolescência. 2015.
14. CORDAIN, L. Implications of the role of diet in acne.
15. CORDAIN, L.; LINDEBERG, S.; HURTADO, M.; KELL, K.; EATON, S. B.; BRAND-MILLER J. Acne vulgaris: a disease of western civilization.
16. CORDEIRO, Raquel Cristina Tancsik; ZECCHIN, Karina Gotardello; MORAES, Aparecida Machado de. Expression of estrogen, androgen, and glucocorticoid receptors in recent striae distensae. 2010
17. COSTA, Adilson. Hidratação cutânea. Editora Moreira Jr. Campinas. 2009.
18. COSTA, Adilson; LAGE, Denise; MOISÉS, Thaís Abdalla. Acne e dieta: verdade ou mito?. Campinas. 2010.
19. DEL CIAMPO, Luiz Antonio; DEL CIAMPO, Iead Regina Lopes. Adolescência e imagem pessoal.
20. EDMONDSON, S. R.; THUMIGER, S. P.; WERTHER, G. A.; WHAIGHT, C. J. Epidermal homeostasis: the role of the growth hormone and insulin-like growth fator syslems.
21. FAGUNDES, L. A. Omega-3 & ômega 6. Porto Alegre. 2002.
22. FELIZZOLA, L. S.; MEJIA, D. P. M. A carboxiterapia como tratamento para a estria.
23. FONSECA, José Carlos. Tratamento de estrias.
24. GARBIN, Clea Adas Saliba; et al. A saúde da percepção do adolescente. Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro. 2009.
25. GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional. São Paulo. 2004.
26. HERNANDEZ, M.; MERCIER-FRESNEL, M. M. Manual da cosmetologia. Rio de Janeiro. 1999.
27. HERBERT, B. Vitamina E. New York. 1993.
28. KEDE, M. P. V. Dermatologia estética. São Paulo. 2004.
29. KWAK, N. S.; JUKES, D. S. Functional foods Part. 1: the developmet of a regulatory concept.
30. LEAL, I. Nutrólogos e dermatologistas falam sobre as pílulas da beleza, os nutricosméticos. 2009
31. LIMA, K. S.; PRESSI, L. O uso de microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas. Passo Fundo. 2005.
32. LOURENÇO, Benito; QUEIROZ, Lígia Bruni. Crescimento e desenvolvimento puberal na adolescência. Revista de Medicina, v. 89. São Paulo, 2010.
33. MAIO, MAURICIO. Tratado de Medicina Estética. 2ª Edição, São Paulo: Editora Rocca, 2011.
34. MANFRINATO, G. L. Acupuntura estética no tratamento da acne (estudo de caso). Maringá. 2009.
35. MENESES, Celise; BOUZAS, Isabel. Acne vulgar e adolescência. Rio de Janeiro. 2009.
36. MISCHIATTI, Keylla Lençone. Óleos vegetais e metabolitos secundários.
37. MIRANDA, Cynthia Mara. A construção do ideal de beleza feminina em comerciais de televisão. 2010
38. MONTAGNER, Suelen; COSTA, Adilson. Diretrizes modernas no tratamento da acne vulgar: da abordagem inicial à manutenção dos benefícios. Clínicos. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol. 2. Campinas. 2010.
39. MORELLI, Fernanda. Índice Glicêmico: Os alimentos ideais e a hora certa de comer para não acumular gordura. Rev. Claudia Saúde. 2015
40. MOURA, J. Nutrientes e terapêutica. 2ª edição. Pelotas. 2009.
41. NASCIMENTO, L. F.; BARBOSA, M.; SILVA, R. S. A.; CORDEIRO, V. A. Rev. Personalité. 2007.
42. OLIVEIRA, Keila; LUBI, Neiva. A importância do tecnólogo em estética na orientação da pele do adolescente.
43. PAPALIA, Diane; OLDS, Sally Wendkos. Desenvolvimento humano. 7 Ed. Porto Alegre: ArtMed. 2000.
44. PAREJA, B.; KEHL, H. Contribution to the identification of Rosa off. Rubrinosa L. oil rose active principles.
45. PIATTI, Isabel. Estética Teen.
46. ROCHA, C. Sobre pele óleos.
47. SABBAG, Patrícia Kranz; OLIVEIRA, Silvia Patrícia; LUBI, Neiva Cristina. Estria e suas abordagens terapêuticas: revisão de literatura.
48. SILVA, Ana Margarida Ferreira; COSTA, Francisco Pinto; MOREIRA, Margarida. Acne vulgar: diagnóstico e manejo pelo médico de família e comunidade. Rev. Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Rio de Janeiro. 2014.
49. SILVA, Vera Regina Souza; OLIVEIRA, Silvia Patrícia. Acne na adolescência e a intervenção estética. Curitiba. 2010.
50. SMITH, R. N.; BRAUE, A.; VARIGOS, G. A.; MANN, N. J. The effect of a low glycemic load diet on acne vulgaris and the fatty acid composition of skin surface triglycerides.
51. SOUSA, T. S.; ARAÚJO, S. O. Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia Plena, vol. 4. Sergipe. 2008.
52. VAZ, Ana Lucia. Acne vulgar: bases para seus tratamentos. Porto. 2003.
53. WADE’S, C. Amino acids book. New Canaan.