Francielli Szczypa* Francielly de Paula dos Anjos* Halanna Araujo de Paula* Jucélia Rodrigues* Paula Beatriz Dota de Ramos*Mariana R de Paula** Patrícia Nuevo *** Roxane Wirschum Silva****

* Discente do curso Tecnólogo em Estética e Cosmética – Centro Universitário UNIOPET

** Docente do curso Tecnólogo em Estética e Cosmética Centro Universitário UNIOPET.  Mestre em Engenharia Biomédica.

***Docente do curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do Centro Universitário UNIOPET, Especialista em MBA  em Estética Clínica Avançada e Cosmetologia e  Visagismo Estética Gestão Integral na Imagem

**** Docente do curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do Centro Universitário UNIOPET. Mestre em Genética – Universidade Federal do Paraná

Autor correspondente: mariribpaula@hotmail.com

RESUMO

A alopecia é uma patologia caracterizada pela diminuição de cabelos ou pelos, pode ser difusa, localizada, temporária ou definitiva. Os fatores predisponentes são alterações hormonais, genética e estresse. A utilização de cosmecêuticos com fatores de crescimento fibroblástico e vascular auxiliam no aumento da circulação e nutrição do couro cabeludo, a permeação destes pode ser facilitada com a associação da técnica de microagulhamento que promove micro aberturas na pele, facilitando a perfusão de produtos na derme. O presente estudo teve como intuito avaliar qualitativamente os efeitos da técnica de microagulhamento associada aos fatores de crescimento. A amostra intencional foi constituída de uma voluntária do sexo feminino com 46 anos de idade e com queixa de alopecia. A mesma foi submetida a 6 sessões de microagulhamento associada aos fatores de crescimento. A técnica foi realizada uma vez na semana. Os dados foram coletados e analisados por meio de imagens. Os resultados dos dados analisados demonstram que o tratamento com microagulhamento e fatores de crescimento no tratamento da alopecia feminina é eficaz, observou-se melhora na rarefação da área tratada, bem como a melhora da densidade capilar e autoestima da voluntária.

Palavras- chave: Alopecia, Microagulhamento, Fatores de Crescimento.

Introdução

A alopecia se caracteriza pela redução ou diminuição de pelos ou cabelos, que pode ocorrer de forma difusa ou localizada, temporária ou definitiva, bem como hereditárias e adquiridas, cicatriciais ou não cicatriciais (PATRÚS et al., 2001). A incidência desta patologia é de 63% nos homens e 36% nas mulheres. Os fatores desencadeantes são: genética, alterações hormonais, estresse, medicamentos, produtos químicos, dentre outros. (ESTRADA et al., 2015).
Atualmente a sociedade valoriza muito a estética e a imagem pessoal, neste contexto a alopecia é uma patologia que pode resultar em um desequilíbrio emocional, podendo levar ao isolamento do convívio social. Pode ocorrer em ambos os sexos, porém é considerado mais significativo no sexo feminino (FILIPPO et al., 2015).
O seu tratamento pode ser realizado com aplicação de cosmecêuticos de uso tópico, como o minoxidil e fatores de crescimento fibroblasticos , que promovem vasodilatação, oxigenação, restauração e recuperação celular. A associação com microagulhamento aumenta o sistema de drug delivery, que atua como facilitador de permeação de ativos cosméticos, além do efeito inflamatório que promove neoangiogênese e a renovação celular. (LIMA et al., 2013).
O objetivo principal da pesquisa experimental foi avaliar por meio de um estudo de caso os efeitos da técnica de microagulhamento associada a fatores de crescimento na alopecia feminina, buscando melhora na densidade capilar e autoestima da voluntária.

MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa realizada trata-se de um estudo de caso experimental. A Amostra intencional foi realizada em uma voluntária do sexo feminino com 46 anos de idade, com queixa de alopecia em região fronto-parietal. A pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Unibrasil. Número do Parecer: 1.347.789
A primeira etapa do estudo foi realizada com uma avaliação médica e exames laboratoriais, para descartar a possibilidade de alterações hormonais. A segunda etapa foi realizada com a anamnese estética para a captação de dados, e na terceira etapa iniciou-se pelo registro fotográfico.
Optou-se pelo tratamento com microagulhamento, que é uma técnica que utiliza um aparelho com várias agulhas, que promovem micro lesões na pele. Uma excelente opção terapêutica que potencializa a perfusão cutânea, pois além de ser considerada uma técnica minimamente invasiva, implica na formação de micro aberturas na pele, facilitando a permeação de ativos terapêuticos e proteínas que não conseguem atravessar o tecido cutâneo íntegro (SILVA et al., 2010).
No couro cabeludo o microagulhamento provoca o aumento da microcirculação no local, favorecendo a nutrição e oxigenação, além de causar o rompimento das fibras colágenas e elásticas deterioradas, possibilitando assim a reposição das mesmas por novas fibras (MANOEL et al., 2014).
Para estimular a angiogênese e renovação celular foi utilizado um cosmecêutico com fator endotelial vascular 1% (VEGF), fator fibroblástico 1 % (FGF) associados ao minoxidil, que proporciona vasodilatação e aumento na permeação dos produtos na derme (MARÇON et al., 2015)
O minoxidil é um ativo farmacológico atua como vasodilatador favorecendo a angiogênese e a proliferação celular, prolongando a fase anágena, favorecendo a melhora da densidade capilar (MARÇON et al., 2015; BRENNER et al., 2011; RUTOWITSCH et al., 2009).
Os fatores de crescimento são moléculas proteicas que exercem um papel importante no ciclo das células, pois promovem a transcrição genética e agem na membrana celular facilitando a comunicação. Podem ser produzidos e ativados por algumas células do tecido epitelial e epidermal como: macrófagos, fibroblastos e queratinócitos (VIEIRA et al., 2011).
Na alopecia os fatores de crescimento podem auxiliar no ciclo germinativo do cabelo, pois atuam na região do bulbo capilar onde se localizam as células tronco, as quais se comunicam com as células da matriz folicular, estimulando a proliferação e renovação celular do mesmo (UEBEL et al., 2012; KEDE et al., 2015).
Os atendimentos foram realizados uma vez por semana com duração de 15 minutos cada. Com a voluntária em decúbito dorsal era realizada a assepsia com clorexidina 0,5%. O equipamento utilizado para a realização da técnica de microagulhamento foi da marca Micro Needle Roller System 0,5 mm. A aplicação do microagulhamento foi em sentido do crescimento dos fios de cabelo até causar hiperemia no local, ativando assim a microcirculação da região tratada. Para finalização era aplicado o cosmecêutico com fatores de crescimento. A cada sessão, foram realizadas as devidas orientações à voluntária, entre elas, lavar os cabelos após 24h da aplicação para melhor permeação do ativo.

RESUTADOS

Os dados coletados por meio dos registros fotográficos foram analisados por 5 profissionais especializados na área. O método utilizado foi o Blind test no o qual os profissionais receberam as fotos identificadas por A e B de antes e depois das aplicações de microagulhamento. Após observar as duas fotos (A e B – ) os profissionais respondera

m se perceberam alguma diferença entre as fotos: se sim, deveriam dar uma nota de 1 até 10 sendo que 0-2 nenhuma, 3-4 pouco visível, 5-6 razoável, 7-8 bom, 9-10 bem visível. Para complementar a análise a voluntária respondeu um questionário de satisfação.
Dos 5 profissionais da área que participaram do Blind test, todos disseram que sim, houve diferença entre a foto A e a B, bem como melhora na densidade capilar da voluntária. A nota média de melhora foi de 7,1 e o aumento da densidade capilar segundo os mesmos avaliadores foi de 45%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados demonstram que o tratamento com microagulhamento e fatores de crescimento no tratamento da alopecia feminina é eficaz, pois apesar de pouco tempo de pesquisa, observou-se uma melhora na rarefação da área tratada, bem como a melhora da densidade capilar e autoestima da voluntária. Através do Blind test todos perceberam alterações entre as fotos e a nota média de melhora foi de 7,1 e o aumento da densidade capilar segundo os mesmo avaliadores foi de 45%.

REFERÊNCIAS

BRENNER, Fabiane Mulinari; SEIDEL, Gabriela; HEPP, Themis. Entendendo a alopecia androgenética. Hospital das Clínicas de Curitiba da Universidade Federal do Paraná (UFP) – Curitiba (PR), Brasil. Surgical & Cosmetic Dermatology, V.3, n.4, p.329-37, 2011. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265522077008> Acesso em: 24/10/2015.

FILIPPO, Alexandre de Almeida; SOUZA, Ana Beatriz de. UNTERSTELL, Natasha Alopecia Androgenética Feminina. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo. SABATOVICH, Oleg. Dermatologia Estética. 3 edição. Atualizada e ampliada. São Paulo: Atheneu. Cap. 7.5, p. 308-312, 2015.

KEDE, Maria Paulina Villarejo; ANDRADE, Luciana. Tratamento Tópico. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo. SABATOVICH, Oleg. Dermatologia Estética. 3 edição. Atualizada e ampliada. São Paulo: Atheneu. Cap. 4.5.2, p. 113, 2015.

LIMA, Emerson Vasconcelos de Andrade; LIMA, Mariana de Andrade; TAKANO, Daniela. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Recife: Santa Casa de Misericórdia. V.5, n.2, p.110-4, 2013. Disponível em: <file:///C:/Users/Pessoal/Downloads/microagulhamento%20(11).pdf>. Acesso em: 08/07/2015.

MANOEL, Cecília; PAOLILLO, Fernanda Rossi; BAGNATO, Vanderlei. Diagnóstico óptico e tratamento foto estético de alopecia: estudo de caso. São

MARÇON, Carolina; STEINER, Denise. Alopecia Androgenética Masculina. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo. SABATOVICH, Oleg. Dermatologia Estética. 3 ed. Atualizada e ampliada. São Paulo: Atheneu. Cap. 7.4, p. 292-308, 2015.

PATRÚS, Orcanda Andrade; GONTIJO Bernardo; AGUILAR Claudemir. Afecções dos Anexos. In: CUCÉ, Luiz Carlos; NETO, Cyro Festa. Manual de Dermatologia. São Paulo: Atheneu. Cap.16, p.342, 2001.

RUTOWITSCH, Marcio; FELIX, Paulo Antônio Oldani. Alopecia Androgenetica Masculina. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo. SABATOVICH, Oleg .Dermatologia Estética. São Paulo: Ed. Atheneu. Cap. 7.4, p. 260-267, 2009.

SILVA, J.A.; APOLINÁRIO, A.C.; Souza, M.S.R., DAMASCENO, B.P.G.L., MEDEIROS, A.C.D. Administração cutânea de fármacos: desafios e estratégias para o desenvolvimento de formulações transdérmicas. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., V.31, n.3, p.125-131, 2010. Disponível em: <http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/1187/978>. Acesso em 08 de julho 2015.

UEBEL Carlos Oscar; MARTINS Pedro Djacir. Escobar; SILVEIRA Jorge Augusto Moojen da; GAZZALLE, Anajara. (2013) Megassessões de unidades foliculares e fatores de crescimento plaquetário. Porto Alegre, RS. Rev Bras Cir Plást. V.28, n.1, p.156-64, 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbcp/v28n1/26.pdf> Acesso em: 08/07/2015.

VIEIRA, Amanda Carla Quintas de Medeiros; MEDEIROS, Leandro de Albuquerque; PÁLACIO, Sarah Brandão. LYRA, Magaly Andreza Marques de; LARIZA Darlene Santos Alves; ROLIM, Pedro José Neto. Fatores de crescimento: uma nova abordagem cosmecêutica para o cuidado antienvelhecimento. Recife-PE, Brasil. Rev. Bras. Farm. V.92, n.3, p.80-89, 2011 Disponível em: < http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2011-92-3-1.pdf> Acesso em: 10/07/2015.