A cicatrização de feridas consiste em eventos celulares e moleculares que interagem para promover reconstituição do tecido. Tal evento é um processo dinâmico que envolve fenômenos bioquímicos e fisiológicos que se comportam de forma harmoniosa a fim de garantir a reparação dos tecidos.

O processo de cicatrização pode ser dividido didaticamente em três fases: a inflamatória, a proliferativa e a de remodelação.

1. Fase Inflamatória: É nesta fase que ocorrem as mudanças fisiológicas que irão suscitar os estágios subsequentes do processo de cicatrização. A fase inflamatória ocorre nas primeiras doze horas após a lesão. O sangramento da lesão traz consigo plaquetas, hemácias e fibrinas, selando as bordas das feridas. O coagulo formado estabelece uma barreira que protege contra possíveis contaminações. Com a lesão tecidual, ocorre a liberação de mediadores biológicos (histamina, serotonina e bradicinina) que promovem vasodilatação, aumentando assim o fluxo sanguíneo, e o aparecimento de sinais inflamatórios, como rubor e calor. Os primeiros elementos a alcançar o local da ferida são os neutrófilos e os monócitos cuja função é de remover as superfícies da ferida e fagocitar às partículas antígenas e corpos estranhos.
2. Fase Proliferativa: É caracterizada pela remoção dos restos celulares e pela reparação temporária do tecido formado durante o estagio anterior de inflamação e pelo desenvolvimento dos tecidos substitutos novos e permanentes. Inicia-se após três dias da lesão, havendo intensa proliferação de fibroblastos e células endoteliais, que promovem angiogênese. Durante esta fase de reparo, os fibroblastos passam a produzir mais colágeno. Novas células epidérmicas migram da ferida em direção ao centro da mesma, ocorrendo assim à contração da ferida, que reduz assim o seu tamanho.

• Fase de Remodelagem: É a mais longa, podendo durar anos, até que o novo tecido esteja com a estrutura mais próxima possível do tecido original. Durante essa fase, o tecido de granulação é substituído por uma cicatriz, que é um tecido avascular e acelular. Neste período, quando o tecido de granulação retrocede, o colágeno depositado se remodela, formando uma cicatriz madura. A remodelação continua ate que o tecido de colágeno atinja as características semelhantes as do tecido anterior à lesão. A ferida adquire lentamente sua resistência tênsil, ganhando forma (queloide, hipertrófica e hipotrófica ou normotrófica) e pigmentação.

REFERÊNCIAS

TAZIMA, Maria de Fátima G. S; VICENTE, Yvone Avalloni de Morais Villela de Andrade; MORIYA, Takachi. Biologia da Ferida e Cicatrização. Disponível em:

http://revista.fmrp.usp.br/2008/VOL41N3/SIMP_2Biologia_ferida_cicatrizacao.pdf

ISAAC, Cesar; LADEIRA, Pedro Ribeiro Soares; RÊGO, Francinni Mambrini Pires; ALDUNATE, Johnny Conduta Borda. FERREIRA, Marcus Castro. Processo de cura de férias: cicatrização fisiológica.

BORGES, Fabio dos Santos. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. Phorte editora, 2010. Pagina 59-60-61-211-450-